quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ventos de Marujá

O barco rasgava o véu do mar
que se disfarçava de rio
Fortes ventos me abraçaram
Ventos que empurraram o sol mais pra lá
e trouxeram as nuvens para cá,
pintaram o céu de cinza
e escureceram a água,
em um sopro só
Mudavam de direção a cada curva,
carregavam-me junto.

Ali na proa, deitei
e criei o meu sem fim
Fitas coloridas,
presas as cordas do mastro,
eram as minhas estrelas de um céu nublado
daquela quase noite
Eram sacudidas pelos ventos
que cantavam para mim
músicas de um destino à deriva.

O céu se desfez em degradê,
o espelho do mar se perdeu
As luzes já não eram de Marujá
A brisa levou os pescadores,
mas os ventos nunca me deixaram
E assim, ao acaso,
faço e me desfaço por aí.

Douglas Funny

3 comentários:

Vitor disse...

Que os ventos de Marujá soprem sempre ao sabor - e a favor - da sua inspiração, meu querido.

Anônimo disse...

"entre altos e baixos renovado espiritualmente"

Mar e Ana disse...

Ai que saudade da praia!