quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tenho

Tenho você
E você me tem
Não como posse
Tenho você do meu jeito
E você me tem do seu jeitinho
Sem delimitar, impedir ou prender
Mas eu te tenho
E você me tem.

Quantos outros querem ter alguém
Eu te tenho aqui
Do meu lado, próximo
Só não lhe digo que te tenho
Posso cortar suas asas
Você pode se sentir menos livre
E quando voa tudo fica mais belo
Vejo-te ir tão longe
Mesmo segurando sua mão
Vou junto e você nunca diz não.

Tenho muitas coisas
E algumas me têm
Não assim
Você não é coisa
E isso não é coisa que se diga
Também não digo que te tenho
Porém, acho você já sabe
Tenho você
E você me tem.

Douglas Funny

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vendem-se Formas de Pensar

Engraçado imaginar
Eu compro formas de pensar
Chega de conhecimento, status ou capital
Produto então,
Idade da pedra total
O poder de aquisição vai além
Adquiro inteligências
Afinal, se preciso escolher
Quero me entreter
E propagar
Sem saber ou entender
Conectado e muito bem filtrado
Infiltrado
Não quero fazer parte
Deixo a interatividade
Desejo ser
Sou o começo e o fim
O meio e a mensagem
E ainda faço girar
Tudo e mais um pouco
Tenho poder e posso aguentar.

Engraçado imaginar
Eu compro formas de pensar.

Douglas Funny

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Fins

Vou esperar para escrever a próxima linha
Após uma, vem a outra
Desenfreadas
Porém, vou aguardar
Afinal, faz parte do instinto humano
Esperar até o último suspiro
Para enfim, não finalizar
Dar fôlego para mais suspiros.

Mudar é totalmente compreensível
Mas requer sacrifícios
Como se levantar da acomodação
E isso só acontece pertinho do incomodo
Aquele de mudar
Quando não tem outro jeito
Não se mexe no que já está bom
E o bom estável é melhor que o bom em movimento.

O que não se modifica, parece eterno
Cálice sagrado, uma busca sem fim
Ninguém quer ver o ponto final
Essa que é a verdade
Medo dos pontos que costuram
E formam outra coisa
Que fiquemos sem términos
Sem começos.

Se escrever a próxima linha
Terei início
Mas se estagnar
Mente aberta para quem ler
Terá que criar, continuar e ainda por um fim
E se a poesia acabar
Não haverão outras linhas
Melhor mudar
Queremos outros começos.

Douglas Funny