quarta-feira, 26 de março de 2008

A desaposse do anseio

O amor obsessivo
é um querer calado.
Um suspiro aflito,
desejo engolido,
uma dor que não se sente.

A vontade de ter
nega suas outras vontades,
que se tornam imperceptíveis.
Já escolhido o que é bom sentir
e nada mais.

A flecha do cúpido me acertou,
mas não ficou.
Foi um tiro no peito que resvalou.
Por tempos a venda da injusta paixão me cegou
e por momentos me cobriu,
como um manto acolhedor.
De hoje em diante quero sentir frio,
que me abrace aquela que não quer atirar em mim
e que beije meu coração abalado,
pois de ricochetes ele não vive mais.

Carrego na frente do peito
a felicidade que me protege.
Pendurada pelo pescoço
com o balançar de um pêndulo.
Lembrando-me das horas contadas
de uma harmonia inquestionável
imposta pelo meu ego.
Porém, alertando-me
que o meu sorriso mais puro
pode estar mais perto do que pensei.

De peito aberto
a felicidade me carrega.
Imprudente como deve ser.
Cuidando do meu bem-querer.

Douglas Funny

domingo, 2 de março de 2008

Durma com meus sonhos

Lua que ilumina
Clareia meu espírito
Traga a beleza da noite
Revele o que a escuridão esconde.

Levante-se no céu
Banhe-se com olhares
Meus sonhos distantes
Dão-te vida.

Meu coração busca
A esperança que você abriga
A harmonia que carrega
A melodia que toca.

Não se deite sem me dizer adeus
Sem teu abraço de confiança
A luz que me inspira
Face sincera que me ergue.

Lua de fases
Inconstantes, verdadeiras
Peça ao céu para me presentear com estrelas
Pois de ti só quero o acaso.

Douglas Funny