é um querer calado.
Um suspiro aflito,
desejo engolido,
uma dor que não se sente.
A vontade de ter
nega suas outras vontades,
que se tornam imperceptíveis.
Já escolhido o que é bom sentir
e nada mais.
A flecha do cúpido me acertou,
mas não ficou.
Foi um tiro no peito que resvalou.
Por tempos a venda da injusta paixão me cegou
e por momentos me cobriu,
como um manto acolhedor.
De hoje em diante quero sentir frio,
que me abrace aquela que não quer atirar em mim
e que beije meu coração abalado,
pois de ricochetes ele não vive mais.
Carrego na frente do peito
a felicidade que me protege.
Pendurada pelo pescoço
com o balançar de um pêndulo.
Lembrando-me das horas contadas
de uma harmonia inquestionável
imposta pelo meu ego.
Porém, alertando-me
que o meu sorriso mais puro
pode estar mais perto do que pensei.
De peito aberto
a felicidade me carrega.
Imprudente como deve ser.
Cuidando do meu bem-querer.
Douglas Funny