terça-feira, 25 de novembro de 2008

Refratado

Falei o que não quis dizer.
Meu instinto correu,
o raciocínio andou
e o resto se fragmentou.
Como cacos de vidro me senti cortante,
e ao mesmo tempo pequeno e frágil.
Feri e fui ferido.

Com palavras sem sentido
mudei a direção.
Atropelei sentimentos no vermelho,
um egoísmo que só via o verde.
Rasguei na contramão
e dilacerei o seu peito.
Cortes que não cicatrizarão jamais, eu sei.

Por mais que eu sofra agora,
nunca poderei dizer que doeu mais em mim
do que em você.
Apenas afirmo que,
dure o tempo que durar,
juntarei caco por caco
e reconstruirei o espelho.

Só para ver o reflexo do seu sorriso.


Douglas Funny

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sor...

Nasce ali,
quieto e tímido.
De um pensamento,
de uma lembrança,
de uma visão,
de um sonho.
Brinca com outros, poucos ou muitos.
Não é a quantidade,
mas a qualidade, o entusiasmo.
Um se faz e contagia,
por mágica, por delírio, por vida.
Quando é estrondoso assusta
Singelo não se nota
As pessoas não são as mesmas,
a diversão talvez.
Algumas vezes precisa ser conquistado,
ou surgem do nada,
simples e espontâneo.

Deixa dançar,
não tem o que perder,
só a ganhar.
Seduz e domina.
Ilumina.
Brilha no rosto, a altura dos olhos.
É pra ser visto,
mas sentido e não impresso.
Não é marca, porque vem de dentro.

Tão pequeno e não se perde.
Tão grande que salva.

... riso.


Douglas Funny