quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sinta

A vida se abre
Em fortes cores
Largos sorrisos
Alegria celeste
Sonhos que toco com as mãos
Não dormem no travesseiro
Não fogem de mim.

Fica e brilha
No meu olhar
De criança, de adulto
Coração, razão
Sentimento, mente
Que se perde, divaga.

Pisa no chão
Apega-se ao concreto
Faça, não pense
Diga, não guarde
Escreva. Liberdade

Que as lagrimas lavem a alma
E molhem o papel
Que os risos abracem seu corpo
E movam a caneta
Eleve o espírito
Deixe-se levar autor.


Douglas Funny

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Água do Céu

A chuva não cessa
Não pára de cair
De cima a baixo
Sem mudar a trajetória
Mesmo o vento que empurra
Não tem poder de parar
Pois ela quer chegar
Cada gota no seu lugar

O céu cinza
Anuncia uma tristeza
E a água cai
Molha e lava
Renova corpo e alma
E descubro que a natureza me enganou
Ou me engano esperando
Que o céu azul seja prospero

As lágrimas limpam
Tentam espantar a dor
Se esse é o choro do céu
São lágrimas de anjos
E choram de alegria
Pois não me machucam
Purificam-me
Chuva que toca


Douglas Funny

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Poesia com Açúcar

Batuco no violão
Dou risada de um filme triste
Coloco pilha no meu pão
E com groselha faço sanduíche
Tem cachimbo para o cão
Para o gato sobra alpiste
Com muita neve no verão
No inverno, frio não existe
Mas se têm pássaros no chão
Qualquer peixe no céu sobrevive
E quando lua faz clarão
Morto, em filme de terror, vive

Hoje até bispo passa a mão
Ladrão vira cacique
Quem déra pobre acordar de roupão
E rico comprar na butique
Assim todos saberiam o que é ter mansão
Com filho na escola e a esposa no iate
Quem despreza moraria no barracão
Com a mão calejada e a barriga que late

Fácil é rimar com “ão”
Difícil é terminar no e...
Já viu começo sem continuação?
Acredita que cego não vê?


Douglas Funny

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Andamento

Espaço sem fôlego,
com o relógio sobre as costas.
O tempo me atropela.
Perco-me nos meus próprios passos,
mesmo seguindo passo a passo.
E se tropeço,
perco as baladas e badaladas do pêndulo.
Ordem, padrão e perfeita,
do ponteiro ditador.

O descontrole dos minutos me torna obsoleto.
Quando me desgarro das horas, viro efêmero.
E se cesso, deixo de existir.

Às vezes temo te encontrar.
Se te abraço, paro.
E sei que não vou mais voltar.

Douglas Funny