segunda-feira, 15 de junho de 2009

Profundo Amor

Busco a liberdade
me prendendo a correntes.
Um coração amordaçado,
mas sem deixar de amar.

Preso a superfície,
não consigo mergulhar.
Sinto a maresia
e algo a me puxar.
Não atinjo o fundo do mar do amor,
Pois um coração aprendeu a nadar.
Sente o frio dos ventos
e perde o calor do mar.

Na confusão de sentimentos,
A imagem do pôr-do-sol
perde-se no horizonte da alma.
O céu vira mar,
o mar vira céu,
paixões sem perder o ar,
o amor não se deixa levar.

A deriva,
uma correnteza pode me pegar.
A praia não vou encontrar,
no raso também não posso viver.
As ondas das emoções não cessam,
mas tempestade também não há.

De cima, posso ver mais.
Para se arriscar nas profundezas
é preciso me entregar,
deixar de bater os braços
e de uma única direção.

Egoísmo que me faz respirar.
Se o amor quer me abraçar,
que o fundo do mar venha me buscar.
Sei que uma hora vou cansar,
mas quero descobrir
o quanto consegue prender o ar.

Douglas Funny

terça-feira, 9 de junho de 2009

Palavras não ditas

Eu sei que já ouvi,
mas não me canso de você
e de suas histórias repetidas.
Basta começar, para saber como terminará.
Gestos gravados,
frases que já viraram jargões.
Textos mais que decorados,
porém me perco se precisar contá-los.
A sua voz faz a diferença.
Palavras ditas,
cantadas para mim.
Soam como versos,
notas em perfeita harmonia.
Prendem meus olhos
e elevam minha alma.

E você fica tão brava quando me vê assim.
Sabe que eu já não estou mais lá,
fora a escutar.
Sei de muito mais, mesmo que não tenha dito.
Mas me deixei levar por você.

Sei como começa e termina.
No meio eu me perco em você.

Douglas Funny